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Revolução Ecológica JÁ!

Revolução Ecológica JÁ!

Por Kellen Vieira

“Se quando está quente chamamos de aquecimento global, quando está frio fora do normal como se chama?”

Bom, que tal chamar de mudanças climáticas para não alimentar a dúvidas daqueles que ainda acreditam que tudo isso é balela?

Para essas pessoas que ainda não acreditam nas mudanças climáticas, o sexto relatório do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) divulgado em é bem enfático: não serão as pequenas mudanças que irão amenizar essa realidade não, são aquelas mudanças RADICAIS mesmo.

A primeira alteração a que temos que aderir, se tratando de mudanças climáticas, é pararmos  de falar das possíveis consequências caóticas que tais mudanças podem gerar, como se fossem acontecer no futuro: está tudo acontecendo hoje, aqui e AGORA.

O aquecimento global não é mais uma perspectiva, ele é uma realidade dura e difícil que já impacta nossas vidas. 

Já não há mais tempo, nem motivo, para debater se a causa das mudanças climáticas é um fenômeno cíclico e natural da terra, ou causado por ação humana. Já temos uma resposta, com base em evidências científicas: a causa é ação humana. A avidez completa e desmedida por consumo, lucro, produção e competição são alguns dos fatores estruturantes no modelo econômico vigente que causam a destruição dos recursos naturais e ecossistemas.

Para solucionar os problemas, e evitar catástrofes ainda maiores, nós temos que avançar com propostas reais. Se, como diz o jingle famoso, “o futuro já começou”, nós não começamos nada bem. 

No acordo de Paris, em 2015, foi acordado que deveríamos tentar controlar esse aumento da temperatura em, no máximo, 2ºC, sendo o ideal apenas 1.5ºC. Um dos principais pontos citados no relatório foi o aumento geral da temperatura da terra em 1.1ºC  no período de 2011 a 2015, em comparação à segunda metade do século 19. Mudança essa que afetou diretamente diversos biomas e, como temos visto, a vida de muitos e muitas.

Segundo o relatório, uma das soluções possíveis está diretamente ligada ao investimento em tecnologias sustentáveis, além do monitoramento constante dos nossos avanços e retrocessos sobre o assunto. Outro ponto importante é a identificação de áreas que ainda não estão tratando as mudanças climáticas como prioridade, com o objetivo de  fomentar a priorização desse assunto nessas regiões. 

Ou seja, você pode substituir falar de voto impresso, desfile de carros de guerra e armar a população, por falar sobre as queimadas na Amazônia, pantanal e cerrado, a crise hídrica e elétrica e a desertificação dos nossos biomas, por exemplo.

Não sei se avisaram o agronegócio, mas eles vão precisar de chuva para continuar plantando esse tanto de soja e criando esse tanto de gado.

Esse é o momento para pensarmos em âmbito global, deixando diferenças de lado. Não se trata de um problema urbano ou rural, doméstico ou internacional, é um problema que engloba a humanidade e cada um dos indivíduos que compõem esta. Temos que pensar em uma trajetória daqui para frente focada em solucionar esses problemas que já estão acontecendo e nos afetando.

As mudanças climáticas são um fenômeno sistêmico, transgeracional, e previsível. Isso significa que as soluções para os problemas terão de ser coletivas, com planejamento e execução de curto, médio e longo prazo, e com base em evidências científicas.

Como solução para o mundo, nós da Crioula alimentamos o discurso sobre a revolução ecológica, uma revolução gentil que nos garante sobrevivência através do conhecimento e práticas possíveis seja no campo ou na cidade. Para saber mais e ter acesso ao nosso conteúdo especial de assinantes, faça parte do nosso clube de assinaturas, econtribua com essa revolução!

Conflitos no campo

Conflitos no campo

Por Kellen Vieira

Temos direito à terra. Em um modo literal esse direito se faz presente em constituição, onde diz que a terra deveria cumprir um papel social, econômico e ecológico de preservação e produção. Inclusive, também consta em lei que o interesse social da sua utilização pode prevalecer o individual. Ou seja, o interesse coletivo para a utilização ou aproveitamento da terra sobrepõe interesses individuais, isso é considerado principalmente quando se trata de desapropriação para reforma agrária, ou no “uso capião”, por exemplo.

 

Compreender o papel social da terra, não se trata apenas de sua produtividade em um sentido numérico de produção em larga escala, mas também como um local de permanência e cultivo de raízes, que vão além da mandioca: As raízes culturais e ancestrais de um povo, a forma de viver e ver o mundo. O papel social da terra trata de sociabilização, cultura, ancestralidade, diversidade e pertencimento. 

 

No Brasil temos uma distribuição fundiária que privilegia aqueles que têm maior poder econômico e político. Na prática, isso quer dizer que aqueles que detém a maioria de terras, não as têm de maneira produtiva. E quando as possuem, esses grandes produtores são responsáveis pela monocultura das chamadas commodities (soja, milho, cana de açúcar, algodão e carnes) destinadas para a exportação.

Dessa forma, além da produção em larga escala não ser responsável pela alimentação da sociedade brasileira, ela só se torna possível por meio da monocultura, que faz parte do ciclo do agronegócio, é responsável pela degradação da terra e de biomas naturais, e compromete a biodiversidade natural e alimentar, que afetam a nossa soberania alimentar.

 

Os grandes latifundiários aumentam suas fronteiras agrícolas através da especulação imobiliária em novas fronteiras. Essa especulação, aumenta a desigualdade de acesso à terra, uma vez que supervaloriza os preços – e dessa forma, somente pessoas muito ricas viabilizam a compra –  e alimenta o êxodo rural. Ela também diminui o acesso à terra, o que culmina em um ciclo de violências no campo, envolvendo posseiros, ambientalistas e grandes fazendeiros.

 

A especulação imobiliária é um dos diversos fatores que estão presentes nas raízes dos conflitos no campo. Todavia, este não é um problema que se limita ao meio rural. Aqui, no ambiente urbano das grandes cidades, vemos um déficit habitacional enorme, com diversas pessoas em situação de rua contrastando com uma imensa disponibilidade de imóveis vazios . O aumento no preço de aluguéis, e compra de imóveis para especulação, faz com que as pessoas se afastem de certas áreas, até mesmo consideradas nobres, e vão procurar as chamadas ocupações, sejam elas as favelas ou a reapropriação de imóveis abandonados.

Um resultado que evidencia a necessidade da reforma agrária. O mesmo documento define ligação entre interesses empresariais e conflitos, sendo o grupo denominado de “ grandes fazendeiros” o principal responsável pela violência no campo, seguidos de empresários.

25 de Julho: uma luta por sobrevivência

25 de Julho: uma luta por sobrevivência

Por Kellen Vieira

O movimento de emancipação de mulheres tem trazido à tona realidades sobre o Brasil, que é um país marcado pela violência contra a mulher, onde 30 mulheres são agredidas por hora (fonte: 14° Anuário Brasileiro de Segurança Pública/ 2019).

Quando falamos do movimento de mulheres, temos que compreender as diferentes particularidades de cada uma delas. Se tornar mulher, como disse Simone de Beauvoir, perpassa por diversos processos que condizem com a posição social, posição geográfica e até mesmo características físicas.

Ter a pele preta é só uma característica, mas traz uma carga ancestral e social muito significativa. A colonização foi um processo abrupto que fez com que essa pequena característica se tornasse alvo de discriminação e segregação. A escravização dos negros foi a maior calamidade da história da humanidade e reverberou de maneira negativa na construção das sociedades, em especial nos continentes que foram explorados, tendo como destaque os países da América Latina e do Caribe.

No caso Brasileiro, a escravidão acabou por força da lei, mas os processos sociais e econômicos da segregação ainda continuam vigentes. Ser negro é uma luta diária. 

A interseccionalidade entre ser mulher, negra, Latino Americana e Caribenha, traz à tona o apagamento histórico e social, silenciamento e marginalização.

Nesse sentido, no ano de 1992, em um encontro histórico de mulheres negras da América Latina e Caribe, foi determinado o dia 25 de julho como data para evidenciarmos as agendas políticas coletivas e autônomas de mulheres negras – Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.

A partir de 2013, o Odara – instituto da Mulher Negra – iniciou a agenda do chamado “Julho das Pretas”, que todo ano traz uma pauta para debate.

Neste ano o tema é: “Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a Solução!” . Mulheres negras são a força motriz da nossa sociedade. Esse tema tem o intuito de denunciar o projeto em execução do genocídio da população negra e que se agravou com a pandemia da Covid-19, e, também, evidenciar o trabalho que tem sido feito durante todos esses anos por mulheres negras que solucionam os problemas estruturais da sociedade. 

Mulheres são as estruturantes na sociedade, e são responsáveis pela chefia de cerca de 44% dos domicílios brasileiros, segundo o IPEA/2018.

Para além de uma proposição social, mulheres são responsáveis pelos afazeres domésticos. Isso inclui o preparo e a garantia da alimentação nos lares, tornando as mulheres as garantidoras da SSAN na sociedade. Quando incluímos o trabalho doméstico a essa mistura, revelamos que as mulheres negras estão à frente dessa garantia. Afinal, apesar da Dona Benta ter a fama, quem faz o bolo é a Tia Anastácia.

E falando de base da sociedade, coincidentemente, no dia 25 de julho também é celebrado o dia da Agricultura Familiar, garantidores da segurança alimentar dos brasileiros.

A luta pela valorização e existência da agricultura familiar é contínua e constantemente ameaçada pelo avanço do agronegócio. Este, por sua vez, se baseia na distribuição fundiária brasileira, que tem resquício em uma divisão colonial que, por muito tempo, negou aos negros o acesso à terra. E são eles, os grandes latifundiários, que dificultam o acesso àqueles que não tem poder econômico. 

Apesar de parecerem distantes, as lutas pela agricultura familiar e reforma agrária garantem a segurança e soberania alimentar, o acesso à terra e, consequentemente, aos direitos para as mulheres negras.

A atual divisão de terras e a limitação da reforma agrária, tem como base o racismo, e a luta constante de mulheres negras para não morrer, para solucionar e para progredir e é o que garante o nosso sustento enquanto sociedade.

“Quando uma mulher negra avança, ninguém fica para trás! Estamos em marcha neste 25 de julho!”

Temos Orgulho!

Temos Orgulho!

Esse mês trouxe algumas reflexões sobre o que são essas diversas letrinhas que compõem a sigla LGBTQIAP+. Críticos dizem que são muitas letras, que já se perdeu nesse “alfabeto”. Mas essas pessoas mal sabem que a ideia é AGREGAR e, que muito mais do que o mês do pink money para as empresas, falar sobre orgulho LGBTQIAP+ é falar sobre luta, sobre quebra de paradigmas e sobre respeito.

Eu poderia também falar sobre amor. Mas o amor é muito mais complexo do que uma normatividade, ele é muito mais plural do que o relacionamento romântico e erótico. O amor é muito individual para eu ter que explicar sobre o que é e sobre como ele pode ser empregado dentro da vida de vocês. Mas já deixo aqui a minha vontade de que as pessoas se amem mais.

Falar de escolhas quando se trata dessa realidade parece incabível, mas tem gente que ainda aposta nisso. Afinal, quem escolheria sofrer inúmeras violências e silenciamentos? A morte é o final, a última das violências. Mas no meio do caminho tem a coação, o bullying, a expulsão de casa… tem a VERGONHA

Somos o país que mais mata LGBTQIAP+. Acredite ou não, essa é uma das poucas estatísticas em que o Brasil segue sendo o líder. Somos um país intolerante, apesar de não sermos juridicamente intolerantes. E é nesse vácuo entre leis e o dia a dia que mais um corpo LGBTQIAP+ é encontrado no chão. 

Esse mês representa um dos vários acontecimentos que marcam a luta LGBTQIAP+ por reconhecimento de suas liberdades individuais. A revolta de Stonewall foi o estopim para o reconhecimento e estabelecimento de um movimento, que já estava por se consolidar.

As pessoas LGBTQIAP+ não foram inventadas junto com a internet, aliás, essas pessoas não foram inventadas, nada disso é um complô do governo para o pecado, e não existe nenhum plano de ditadura “gayzista”.

A luta pelo reconhecimento de DIREITOS dessas pessoas fala sobre liberdade individual. É sobre poder se casar, mas, além disso, é sobre ter a integridade física e emocional respeitadas.

Ao aumentar a abrangência de direitos, garantimos dignidade e condições melhores de vida a um maior número de pessoas. Isso não significa que vão ser tirados os direitos de ninguém, mas sim que terão mais pessoas sendo respeitadas, mais pessoas se amando, e mais pessoas sem medo.

E, ao falar “se amando”, quero abrir para falarmos de amor próprio também. Viver com medo dói. Para fechar esse mês de orgulho, eu peço, não acreditem que é melhor morrer do que ser assim. Falar de orgulho, é falar sobre não se esconder e não ter medo de ser quem se é. Tenha orgulho de você!

Por Kellen Vieira

Conheça o Lírio-do-Brejo!

Conheça o Lírio-do-Brejo!

A PANC de hoje é nativa da Ásia Tropical, isto é, da região de clima tropical da Ásia, que inclui Bangladesh, Camboja, Índia, Indonésia, Laos, Mianmar, Tailândia e Vietnã. Ela é conhecida como lírio-do-brejo (Hedychium coronarium) e se tornou espontânea no Brasil, sendo encontrada em quase todos os estados do país, principalmente em Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Na Ásia, a planta é chamada de gandasuli em diversos idiomas, como no bengalês, hindi, indonésio e javanês. Há relatos de que, no período colonial da História do Brasil, o lírio-do-brejo era utilizado pelos africanos escravizados para acolchoar o chão onde se deitavam.

O lírio-do-brejo é uma planta herbácea que dá o ano todo, verdejante, com hastes não ramificadas e folhas laminares, sem pecíolos, que se desenvolvem desde a base, chegando a medir até cerca de dois metros de altura. O lírio gosta de terrenos alagados, banhados, brejos, charcos e várzeas pantanosas. A planta não tolera regiões e terrenos secos. Ela é, muitas vezes, considerada uma planta invasiva pelos agricultores e que prejudica a biodiversidade local.

O lírio-do-brejo também é chamado de gengibre-do-brejo, porque seus rizomas são muito semelhantes aos rizomas do gengibre (Zingiber officinale). Seus rizomas são comestíveis e ricos em amido. Eles possuem um perfume intenso e o sabor é adocicado. É muito difícil descrever o sabor dos rizomas dessa planta, pois é singular. O lírio-do-brejo vai muito bem em doces. 

Embora os sabores sejam diferentes, ele pode também substituir o gengibre em pratos e bebidas comumente preparados com os rizomas [de Zingiber officinale], como o quentão, o suco de abacaxi com gengibre, torta de limão com gengibre, sorvete com gengibre, geleia de abacaxi com gengibre, dentre outras possibilidades culinárias. Basta substituir o gengibre pelos rizomas de lírio-do-brejo. Fica uma delícia!

Jasmim-borboleta também é outro nome dado para a espécie Hedychium coronarium, devido ao seu odor semelhante ao de algumas espécies de jasmim; e, vistas de longe, as flores de lírio-do-brejo se parecem com borboletas brancas! Por isso o nome jasmim-borboleta. Há também uma variante da planta com flores rosadas, mas que é muito incomum.

A propagação do lírio-do-brejo se dá através do enraizamento dos rizomas, por sementes ou por divisão de touceiras. Ele cresce muito rápido e se difunde com facilidade. Possui grande capacidade de adaptação. O lírio deve ser cultivado à sombra e em solos ricos em matéria orgânica. 

Se você mora em uma região de clima tropical ou subtropical úmido, você com certeza vai encontrar essa planta em praças com pequenos açudes ou em terrenos alagados. No município de Três Forquilhas, no Rio Grande do Sul, por exemplo, além dos bananais, há centenas de lírios-do-brejo ao longo de banhados e do Rio Três Forquilhas. Dá para sentir o perfume das plantas de longe!

Texto por André Torresini

Saiba mais em:

CASTRO, Wagner Antonio Chiba de. Ecologia da invasora Hedychium coronarium J. König (Zingiberaceae). 2014. 97 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2014.

KINUPP, V.F.; LORENZI, H. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Nova Odessa: Instituto Plantarum de estudos da flora Ltda., 2014.

MARTINS, A.Q. Contribuição para o conhecimento de Hedychium coronarium K. (lírio-do-brejo). Lilloa, v.16, p.243-49, 1949.

MARTINS, M.B.G et al. Caracterização anatômica e fitoquímica de folhas e rizomas de Hedychium coronarium J. König (Zingiberaceae). Rev. bras. plantas med., Botucatu, v. 12, n. 2, p. 179-187, Junho, 2010.

SANTOS, S.B.; PEDRALLI, G.; MEYER, S.T. Aspectos da fenologia e ecologia de Hedychium coronarium (Zingiberaceae) na estação ecológica do Tripuí, Ouro Preto-MG, Planta Daninha, v.23, n.2, p.175-80, 2005.

Conheça a uva-japonesa!

Conheça a uva-japonesa!

A Hovenia dulcis é uma planta ornamental que se tornou uma alimentícia não convencional!

Ela é conhecida pelos nomes comuns de Uva-do-japão, uva-japonesa, caju-do-japão e tripa-de-galinha. Trata-se de uma árvore que perde as folhas no inverno ou na estação mais seca do ano, cresce até cerca de 30 metros de altura, possui tronco cilíndrico, grosso e com casca espessa, com até 50 cm de diâmetro. 

As folhas da Uva-do-japão são simples, têm forma oval, flexíveis, sem penugem e são perpassadas por nervuras. Suas inflorescências possuem flores brancas. Os ramos das inflorescências se tornam espessos e suculentos (pseudofrutos) ao amadurecer, adquirindo a cor marrom e sabor agridoce, em cujas extremidades se formam bolinhas (os verdadeiros frutos) que armazenam minúsculas sementes marrons.

A Uva-do-japão é nativa do leste da Ásia: China, Península Coreana e Japão. No Japão, é chamada de Kemponashi. Na China, chama-se de kouai tsao. Atualmente, é possível encontrar a planta também na Argentina, Brasil, Cuba, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai, Sul da Europa e Norte da África. No Brasil, a Uva-do-japão é amplamente cultivada na arborização paisagística da Região Sul, tornando-se subespontânea. É muito comum ver árvores de uva-do-japão nas ruas das cidades do Rio Grande do Sul e no Oeste de Santa Catarina, por exemplo. Sua propagação se dá através das sementes e por estaquia. Ela tolera geadas, mas seu desenvolvimento diminui com frios intensos. A seca e o calor excessivos podem matar a planta.

Seus pseudofrutos são comumente consumidos frescos e com um preparo culinário adequado podem servir como base para doces, sucos, vinhos e geleias. O sabor dos pesudofrutos é intensamente doce, porque contêm elevado teor de açúcares (dissacarídeos de sacarose) em sua composição. Quando desidratados, em forma de passas, os pseudofrutos podem ser armazenados por meses. Também podem ser usados na produção de frisantes e cervejas. Seu suco é muito bom e naturalmente adoçado, sendo utilizado na cultura popular para amenizar ressacas. É uma fonte rica em fibras, vitamina C e minerais como cálcio, magnésio ferro, zinco, manganês e cobre.

Texto por André Torresini

Saiba mais em:

CARVALHO DE CASTRO, Tatiana et al . Caracterización de pseudofrutos, semillas y plántulas obtenidas a partir de la geminación in vivo e in vitro de la especie medicinal Hovenia dulcis (Rhamnaceae). Ver. Cubana Plant. Med,  Ciudad de la Habana, v.10, n.1, abr. 2005 .

Embrapa. Uva-do-japão (Hovenia dulcis Thunb.): valor nutricional e aceitabilidade. 2015. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1038599/uva-do-japao-hovenia-dulcis-thunb-valor-nutricional-e-aceitabilidade

SCHNEIDER, A. A. A flora naturalizada no estado do Rio Grande do Sul, Brasil: herbáceas subespontâneas. Biociências, Porto Alegre, v. 15, n. 2, p. 257-268, 2007.