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Presente de forma abundante no nordeste brasileiro, mais especificamente nos encontros entre o Cerrado e a Caatinga, o Babaçu é um tesouro para diversas comunidades tradicionais. Sendo uma presença essencial nas dietas das famílias da região, o coco babaçu também tem sua importância econômica, principalmente relacionados aos seus produtos, como o famoso óleo de coco babaçu.

A produção não se limita apenas ao óleo, mas também faz parte da produção: o azeite, farinha, sabão, sabonete, bolos, bolsas e demais artesanatos produzidos com a fibra do coco babaçu. A produção do babaçu vem de comunidades extrativistas, mais especificamente mulheres que são conhecidas como quebradeiras. Essas têm um papel crucial em todo o ciclo do babaçu, pois elas lutam pela a manutenção e preservação dos babaçuais.

A coleta do babaçu é comunitária. Ao cair das árvores, quando maduros, as quebradeiras recolhem o coco e a partir daí quebram e dividem a castanha e demais produtos para utilização e consumo. Atualmente essa prática tem sido ameaçada (assim como todos os biomas brasileiros) pelo crescimento da monocultura e pecuária. 

Em termos econômicos, o babaçu passou por uma queda de valor de produção devido ao ataque às comunidades tradicionais, bem como o desmatamento dos babaçuais. Outro fator de desvalorização dos produtos de babaçu, são os óleos que são provenientes da monocultura (óleo de soja, girassol, milho…) ou outros óleos que têm preços competitivos no mercado como o azeite de dendê e do coco-da-baía.

Mesmo assim, foi constatado que em 2012 a amêndoa de babaçu ainda constituía o terceiro produto florestal não madeireiro do Brasil, com uma produção com um montante de cerca de R$128 milhões segundo o IBGE (2013).

Atualmente, de acordo com o estudo da ActionAid (2020), estima-se que 300 mil mulheres integram a comunidade de quebradeiras de coco babaçu espalhadas por diferentes territórios dentro do Brasil. 

As quebradeiras se organizam através do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), um movimento que possibilitou a criação de uma cooperativa liderada por essas mulheres, onde elas conseguem fazer o escoamento de seus produtos, bem como lutar pelo direito à terra e ao babaçu.

O babaçu é o dinheiro que dá em árvore mas, para além da simples moeda, é cultura, é tradição, é segurança e soberania alimentar e nutricional de diversas comunidades. 

Babaçu é a riqueza que “dá em árvore”. 

 

FONTES:

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/166977/1/VMG-BABACU-ecoeco17o-submissao-trabalhos-ANAIS.pdf

https://slowfoodbrasil.org/arca_do_gosto/babacu/

https://www.scielo.br/j/bgoeldi/a/pTzRmXNGf5FVsH8WZjwyc5S/?lang=pt

https://actionaid.org.br/noticia/conheca-as-quebradeiras-de-coco-babacu/