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Oi, geleris! Tudo bem?

Estou radiante com esta primeira postagem! Primeiro, porque depois de muito (muito!) tempo eu resolvo retornar a vida de escrever num espacinho aconchegante; segundo, porque este lugar não é qualquer lugar, enfim um site onde posso compartilhar minhas vivências profissionais, meus devaneios pessoais e conteúdos que considero importantes de serem divulgados nas temáticas que perpassam meu dia-à-dia.

Eu sempre gostei de escrever: tive diário dos 13/14 anos até aos 19, só parei de escrever nesse formato porque não estava conseguindo conciliar essa tarefa com as demandas da faculdade. Nesse meio tempo também já tive alguns blogs onde compartilhava aprendizagens, experiências e momentos marcantes durante as diversas fases que me formaram enquanto pessoa. Tenho bastante orgulho desses espaços, que registram meus passos, todos essenciais para a construção do Crioula.

Para quem tiver curiosidade, meus dois blogs anteriores ainda estão abertos. Não tenho coragem de deletá-los porque olhar para eles é olhar para um passado gostoso que vivi com muita alegria. São espaços com naturezas bem diferentes entre si: o primeiro, Verdadeira essência, são reflexões dentro das minhas vivências religiosas ou desenvolvimento da minha espiritualidade no contexto cristão protestante; o segundo, Borbulha de Ideias, são registros de outras dimensões da minha vida que ganharam relevância ao longo da caminhada universitária.

Por que Crioula?

A ideia deste nome surgiu quando eu decidi que queria voltar a escrever em um blog. Como esse desejo voltou após minha formatura em nutrição, considerei que seria muito bacana se eu pudesse ter um espaço profissional para compartilhar inúmeros assuntos que eu fui garimpando ao longo da graduação. Isso tudo, para compor uma formação que viesse ao encontro do que me levou realizar esse curso de graduação: combate à fome e mitigação da pobreza. As temáticas de Segurança Alimentar e Nutricional, Direito Humano à Alimentação Adequada e Agroecologia foram me inspirando e compondo a base para minha prática profissional.

Ainda assim, as pessoas não são constituídas apenas pela sua caminhada “formal” na educação, somos seres complexos e compostos de inúmeras dimensões que nos transformam a todo o instante! Por mais óbvio que possa parecer, eu sou uma jovem mulher negra. Isso parece óbvio, mas esse reconhecimento para além da aparência física foi (e é) um processo recente e muito significativo pra mim. Essa consolidação da minha consciência negra também é um tema de extrema importância no meu cotidiano.

Na agroecologia, usamos o termo “crioula” para denominar uma semente que é cuidada e mantida por comunidades tradicionais do campo e/ou povos ancestrais e originários, a saber, agricultores/as familiares, assentados/as da reforma agrária, quilombolas e indígenas, respectivamente. Essas sementes carregam em si a riqueza da diversidade da natureza e muito saber popular acumulado e partilhado de geração em geração.

O termo crioulo também foi empregado, aqui no Brasil, para denominar descendentes de africanos nascidos e criados aqui, e, por extensão, negros. Esse segundo significado não é um termo comumente utilizado, certamente pela carga história do processo de escravização do povo negro em nosso país.

Crioula se apresentou para mim como um conceito que se expande a partir das duas principais vertentes que me formam: uma nutrição socioambiental e a busca por vivenciar em profundidade e plenitude minha identidade negra, minha ancestralidade essencial tão negligenciada e invisibilizada na sociedade.

O que esperar da Crioula?

 

// Textos longos | Objetividade passa longe de mim, por mais que eu tente reduzir meus pensamentos, essa é uma tarefa bem difícil pessoalmente falando. Quem sabe o tempo e a prática aqui me ajudem a sintetizar minhas borbulhas.

// Nutrição fora do jaleco | Eu nunca quis ser nutricionista para calcular quantidade de nutrientes e/ou formular dietas para a galera, também não me atraí ficar falando de doença. O foco aqui é criar pontes da Nutrição para todos os campos de saber possíveis: economia, antropologia, geografia, agronomia… Vamos transitar pela transdisciplinaridade e ver onde chegamos!

// Consciência Negra | Este site é só para negras/os, Bruna? Não, este site é para todo mundo que “bota fé” nos assuntos que eu compartilharei aqui. Contudo, irei sim destacar iniciativas, pessoas de referência, movimentos, conteúdos e tudo mais que tiver do povo negro porque considero necessário conhecer a pluralidade cultural e étnica no nosso país, isso ainda não acontece na potência e velocidade que poderia. Eu demorei bastante tempo para encontrar mulheres negras nutricionistas que eu pudesse admirar e seguir os passos. E quero poder contribuir para o fortalecimento de manos e manas que não encontram espaço para divulgar seus trabalhos ou encontrar experiências que os inspirem. Vamos desbravar juntos essa ancestralidade africana que perpassa mais de 50% da população brasileira? o/

// Emancipação alimentar | Eu acredito que alimentação pode mudar o mundo! Isso porque ela é um fenômeno estrutural para manutenção da vida e a partir dela se desdobram inúmeros processos culturais, políticos e econômicos que passam despercebidos na nossa rotina corrida. Comer é um ato político, cultural, econômico, e também, biológico. Comer é lindo e a forma como comemos é tanto um reflexo das nossas relações cotidianas quanto traz implicações no ambiente que nos cerca.

Em suma, meu desejo é que cada leitor/a curta passar tempo nesse espaço lendo (e sugerindo) os conteúdos do site tanto quanto eu no processo de criação e escrita. Que seja uma contínua e alegre partilha de saberes, anseios e inspirações. São muito sonhos, uma constante borbulha deles, mas tenho certeza que será uma aventura empolgante! Sejam muito bem vindas/os ao Crioula, entre, não repare a bagunça e traga sua essência para compartilhar e sermos juntos algo mais colorido pelo caminho da vida. <3