Uma jornada ancestral para descolonizar o conceito de alimentação saudável a partir dos ensinamentos, das ciências e das tecnologias culinárias e alimentares africanas e diaspóricas nas américas. Um percurso de aprendizagem para promover o entendimento de como os conhecimentos afro orientados sobre alimentação são estratégias de promoção da saúde da população preta brasileira.
Conheça as professoras anfitriãs:
Além de váries docentes especialistas convidades ministrando cada aula, o curso também conta com o acompanhamento pedagógico permanente de três professoras anfitriãs. Confira:
Bruna de Oliveira
Lattes | Instagram
Nutricionista ecológica. Comunicadora Popular no perfil @brunacrioula. Coletora Urbana. Atualmente, está mestranda em Ciências Sociais na Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos. Pesquisadora Assistente no Djanira Instituto de Pesquisa e Ensino no eixo de Segurança Alimentar e Nutricional e no grupo de pesquisa Culinafro URFJ/Macaé. É ativista e pesquisadora alimentar com ênfase em sociobiodiversidade. É sócia fundadora da Crioula | Curadoria Alimentar.
Célia Patriarca
Lattes | Instagram
Nutricionista. Possui mestrado e doutorado em Educação em Ciências e Saúde pelo Instituto NUTES de Educação em Ciências e Saúde/UFRJ. Tem experiência nas áreas de educação alimentar e nutricional, segurança alimentar e nutricional, educação popular em saúde, desigualdades sociais, raciais e de gênero e alimentação escolar quilombola. É pesquisadora do Grupo de pesquisa CulinAfro/UFRJ-Macaé e do Grupo de Estudos sobre Desigualdades na Educação e na Saúde (GEDES/UFRJ).
Natália Escouto
Gastróloga, cozinheira, professora de culinária. Curadora de conteúdo na Crioula | Curadoria Alimentar. Formada em Gastronomia pela Universidade de Santa Cruz do Sul atua como professora e consultora de culinária vegetal, ministrando aulas e oficinas culinárias, além de atender empresas no setor de alimentos e bebidas. Pesquisa e escreve de forma autônoma sobre referências africanas na nossa alimentação e referências ancestrais de se relacionar com o alimento e com o cozinhar.
O que pretendemos:
Contribuir na formação acadêmica, profissional e política de pesquisadoras/as, estudantes de graduação e pós-graduação e/ou público interessado a respeito do conceito de Alimentação Saudável numa perspectiva afro orientada à luz das Ciências Sociais e dos conceitos de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
1
Criar um espaço de educação permanente e continuada sobre alimentação saudável de e para a população negra brasileira
2
Evidenciar a relevância da presença africana na construção da cozinha brasileira e latinoamericana e seus reflexos na saúde da população negra
3
Apresentar referencial teórico produzido por pesquisadoras/es pretas/os sobre os temas de alimentação, saúde e cultura
4
Promover o diálogo interdisciplinar entre alimentação e cultura a partir das Ciências Sociais e Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
1 DIA DE ATIVIDADE POR MÊS
sempre no 2º sábado do mês
100% ONLINE
com direito a aulas gravadas
DOCENTES ESPECIALISTAS
professores convidades para as aulas e rodas culturais
AULAS EM 2 TURNOS
aulas expositivas dialogadas + rodas culturais
CERTIFICAÇÃO
para todes com 75% de presença
+ DE 100 HORAS DE FORMAÇÃO
21 meses de duração
Professores e cronograma:
Confira abaixo o cronograma de aulas teóricas-dialogadas + rodas de conversa, com professores para os respectivos temas.
Eixo 1 | Racismo e suas faces
09 ABR
Racismo Estrutural
// Aula expositiva dialogada: Silvio Almeida [Lattes | Instagram]
// Roda Cultural: Professoras Anfitriãs
14 MAI
Mito da democracia racial no Brasil
// Aula expositiva dialogada: Célia Patriarca [Lattes | Instagram]
// Roda Cultural: Jonathan Raymundo [Instagram]
11 JUN
Racismo Ambiental e Mudanças Climáticas
// Aula expositiva dialogada: Diosmar Filho [Lattes | Instagram]
// Roda Cultural: Ellen Monielle [Lattes | Instagram]
16 JUL
Raça, classe social e gênero no Brasil
// Aula expositiva dialogada: Winnie Bueno [Lattes | Instagram]
// Roda Cultural: Natália Escouto [Instagram]
Eixo 2 | Epistemologias afro orientadas
13 AGO
Elementos Gerais da História da África Pré Colonial// Aula expositiva dialogada: Jefferson Machado [Lattes]
17 SET
Filosofias de Kemet (relacionadas à saúde)// Aula expositiva dialogada: Katiuscia Ribeiro [Lattes | Instagram]
// Roda Cultural: Coletiva Dhuzatti [Instagram]
08 OUT
Filosofia afroperspectivista// Aula expositiva dialogada: Renato Noguera [Lattes | Instagram]
// Roda Cultural: Natália Escouto [Instagram]
19 NOV
Ciências da saúde afro orientadas// Aula expositiva dialogada: Anin Urasse [Instagram]
// Roda Cultural: Day Pedrosa [Instagram]
10 DEZ
Alimentação, Cultura e Negritudes
// Aula expositiva dialogada: Alexandre Brasil [Lattes]
Eixo 3 | Saúde da população negra
14 JAN 2023
Saúde da população negra: um panorama geral// Aula expositiva dialogada: Emanuelly Vitoria da Silva Almeida [Lattes]
11 FEV 2023
Soberania e Segurança alimentar e nutricional// Aula expositiva dialogada: Regina Miranda [Lattes]
// Roda Cultural: Franciléia Paula de Castro [Lattes | Instagram]
11 MAR 2023
Nutricídio: racismo alimentar// Aula expositiva dialogada: Bruna de Oliveira [Lattes | Instagram]
// Roda Cultural: Thallita Flor [Instagram]
08 ABR 2023
Quilombismo e Insegurança Alimentar e Nutricional// Aula expositivas dialogadas: Ana Lúcia Pereira [Lattes]
// Roda Cultural: Nome a confirmar
13 MAI 2023
Comunidades matriarcais: oralidade e saberes ancestrais da roça à cozinha// Aula expositiva dialogada: Jacira Roque de Oliveira [Instagram]
// Roda Cultural: Solange Borges [Instagram]
Eixo 4 | Culinária, Cozinhas e Gastronomia afro-brasileira e diaspórica
10 JUN 2023
Contra-colonização da cozinha brasileira: o caso das PANCAula expositiva dialogada: Bruna de Oliveira [Lattes | Instagram]
08 JUL 2023
Gastronomia afro-brasileira e diálogos em afrobrasilidadesAula expositiva dialogada: Lourence Cristine Alves [Lattes | Instagram]
Roda Cultural: Natalia Escouto [Instagram]
19 AGO 2023
Cozinheiras negras: análise de um trabalho invisibilizado, desvalorizado e essencial na cozinha brasileiraAula expositiva dialogada: Taís Sant’anna Machado [Lattes | Twitter]
09 SET 2023
Cozinha afro diaspórica: contribuições africanas na culinária das américasAula expositiva dialogada: Aline Chermoula [Instagram]
Roda Cultural: Caroline Costa
21 OUT 2023
Comida de Quilombo, comida de verdadeAula expositiva dialogada: Rute Costa [Lattes | Instagram]
Roda Cultural: Nome a confirmar
Avaliação de conclusão
11 NOV 2023
Seminário integrador e avaliação coletivaApresentação de seminário dos trabalhos em grupo e roda de conversa avaliativa do percurso formativo
Encontro final: Professoras Anfitriãs
18 NOV 2023
Encontro de tutoria acadêmicaSessão tira dúvidas sobre o produto educacional final
Encontro: Professoras Anfitriãs
Certificados
Os certificados serão entregues para alunes com frequência mínima de 75% de presença síncrona nas aulas em ambos os turnos, manhã e tarde, e realizarem a entrega de um produto educacional final. O certificado será enviado com a avaliação.
Observação:
As faltas nas aulas poderão ser compensadas mediante transmissões supervisionadas. O não comparecimento nesses momentos de compensasão ocasionará falta sem justificativa. O não comparecimento nos encontros mensais não tira a responsabilidade de pagamento das mensalidades em caso de pagamento parcelado do curso.
Investimento
Confira os valores, formas de pagamento e condições para desconto
Profissionais e público em geral
21x de R$322,00 ou
R$6.762,00 à vista
Estudantes de especialização, residência ou pós-graduação
21x de R$161,00 ou
R$3.381,00 à vista
Estudantes de graduação
21x de R$80,50 ou
R$1.690,50 à vista
Lideranças comunitárias, sociais e integrantes de povos e/ou comunidades tradicionais
21x de R$80,50 ou
R$1.690,50 à vista
A matrícula do aluno é efetivada mediante assinatura de contrato de adesão e pagamento da primeira mensalidade – quando o pagamento for parcelado.
Pessoas que preencheram o formulário de interesse até o dia 09 de março às 00h (horário de Brasília) receberam o direito a 15% de desconto no valor integral do curso, assim como integraram o banco de dados de bolsas de estudos conforme necessidade.
Bolsas sociais de estudos
Considerando o cenário de pandemia, assim como, as crises sociais, políticas e econômicas do país, abrimos a possibilidade de bolsas sociais de estudos para ingresso no curso livre Alimentação Saudável numa Afroperspetiva.
As demandas de financiamento variam de 25% a 100% de isenção no valor total do curso, mediante preenchimento do formulário de interesse, justificando o motivo da solicitação de isenção durante os dias 03 de fevereiro até 09 de março de 2022 às 00h – horário de Brasília.
As bolsas sociais de estudos serão concedidas conforme as histórias compartilhadas e a adesão de organizações sociais, políticas, empresas e/ou pessoas físicas ou jurídicas na campanha de apadrinhamento do referido curso.
CRITÉRIOS DE PRIORIDADAE PARA O RECEBIMENTO DE BOLSAS:
Mulheres pretas, pardas ou indígenas cis ou trans em situação de vulnerabilidade socioeconômicas.
Campanha de apadrinhamento de bolsas:
Podem participar organizações sociais, políticas, empresas e/ou pessoas físicas ou jurídicas.
Para se tornar um/a padrinho/a do Curso Livre Alimentação Saudável numa Afroperspectiva, as entidades devem entrar em contato com a secretaria acadêmica do Djanira Instituto, pelo WhatsApp (21) 99512-8978, para acessar o contrato de adesão a campanha de apadrinhamento e verificar as formas de pagamento disponíveis.
// CONFIRA AS VANTAGENS DE SER PADRINHO/MADRINHA //
Além de possibilitar o acesso a esta formação tão necessária no fortalecimento subjetivo e promoção da saúde da população negra brasileira, a organização do curso planejou um conjunto de contrapartidas às organizações e pessoas que tornarem-se padrinhos ou madrinhas das bolsas sociais de estudos. Confira:
1
1 bolsa integral em um curso livre do Djanira Instituto de Pesquisa e Ensino, a partir do segundo semestre de 2022 até o final do período do curso.
2
1 bolsa integral no curso Mato é Comida? Conheça as Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC realizado pela Crioula | Curadoria Alimentar.
3
1 cupom com 20% desconto de no curso Mato é Comida? Conheça as Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC para compartilhar com suas amizades.
4
1 cesta de agradecimento com produtos agroecológicos e uma coletânea de receitas autorais elaboradas com Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC.
5
6 meses de experiência como assinante no Clube de Assinaturas da Crioula recebendo conteúdo exclusivo e vantagens ecológicas com marcas parceiras.
6
3 horas de mentoria botânica com a nossa curadora alimentar Milena Ventre para você começar um espaço produtivo cheio de plantas comestíveis, seja no jardim da sua empresa, no seu quintal de casa ou na varanda do seu apartamento.
7
Divulgação do nome da pessoa e/ou organização na campanha de agradecimento do financiamento das bolsas nas redes sociais e site da Crioula | Curadoria Alimentar conforme sua autorização.
Nosso manifesto:
Nossas vidas são marcadas por inúmeras construções sociais e o conceito de alimentação saudável também é constituído pelos valores e concepções do mundo ocidental branco euro centrado. Todos os sentidos e significados atribuídos ao comer e nutrir fazem parte de uma construção elaborada a partir de um sujeito universalizado com especificidades específicas brancas. As experiências da branquitude se estabelecem como normas, discursos e orientações hegemônicas e homogeneizadoras desdobram-se em cenários de inseguranças econômicas, sociais, culturais e sanitárias para populações racializadas.
Nesse sentido, considerando os determinantes sociais de saúde e o contexto epidemiológico da população negra, torna-se urgente a criação de estratégias de promoção à saúde que dialoguem com as especificidades desse segmento populacional. A alimentação é um fenômeno fisiológico, social, cultural e político, um conjunto de fluxos e processos estruturantes na organização social dos grupamentos humanos. As dinâmicas expressas nos diferentes sistemas alimentares existentes deveriam garantir direito humano à alimentação adequada e saudável, a soberania e segurança alimentar e nutricional de maneira plena e sistêmica. Isso só é possível mediante o respeito às múltiplas culturas e práticas agrícolas e alimentares sustentáveis.
Ocorre que o racismo estrutural que modela o mundo moderno também se entende nas realidades alimentares da população negra. Desertos alimentares, insegurança alimentar e nutricional, doenças crônicas não transmissíveis são marcas muito presentes nas favelas e periferias brasileiras. O povo preto neste país vive um processo histórico de apagamento de suas heranças alimentares e está sujeito às regras do sistema alimentar hegemônico que protagoniza parte do que o médico pesquisador Llaila O. Afrika define como nutricídio. Como é possível criar caminhos que apresentem possibilidades de segurança alimentar e nutricional para famílias negras brasileiras? De que maneira podemos fortalecer as políticas públicas de alimentação e nutrição no processo descolonizador dos hábitos alimentares no país? Este é o panorama junto a algumas questões que mobilizaram a Crioula | Curadoria Alimentar e o Djanira Instituto de Pesquisa e Ensino a promover o curso livre Alimentação Saudável numa Afroperspectiva.
Este curso é a oportunidade para contra colonizarmos a alimentação e o conceito de alimentação saudável, uma tarefa necessária para buscarmos uma biodiversidade (de sabores, de corpos, de culturas, de identidades, de alimentos) e nos conectarmos com nossa ancestralidade para construirmos futuros melhores. Nosso desejo é construir soberania e segurança alimentar para a população negra a partir da nossa própria história! O que é considerado comestível (ou não convencional)? Quais os grupos alimentares necessários para nutrir bem nosso corpo? Quais as origens das receitas tradicionais da cultura brasileira, por exemplo, o arroz e o feijão ou o churrasco? Será que essa é realmente nossa identidade? Será que é essa a verdadeira história do povo afrobrasileiro?
O curso livre Alimentação Saudável numa Afroperspectiva é uma formação de 21 meses com dois encontros mensais para aprendermos como as ciências, tecnologias e saberes culinários e alimentares africanos são caminhos de promoção à saúde da população preta brasileira.
Uma jornada ancestral para desbravar o universo das culturas e filosofias africanas a fim de contribuir na formação profissional, acadêmica e política de pessoas que desejam ser agentes de transformação social na criação de sistemas alimentares plurais, decoloniais e ecológicos. O curso conta com um trio de professoras anfitriãs que acompanharão todo o percurso juntamente com um time de professores e professoras convidadas para tratarmos de temas emergentes e atuais.
Cozinha afro-brasileira e diaspórica, comida de santo e quilombola, filosofias africanas para pensar saúde e bem-estar entre outros assuntos importantes serão desenvolvidos por meio das aulas teórico aplicadas e rodas culturais todo o segundo sábado de cada mês nos turnos manhã e tarde, totalizando 5,5 horas de formação por dia. Com natureza interdisciplinar essa travessia de aprendizagens está aberta para um amplo público: profissionais da educação básica ou universitária, saúde e/ou assistência social; estudantes de tecnólogo, graduação ou pós-graduação; lideranças políticas e/ou comunitárias; integrantes e/ou representantes de povos e comunidades tradicionais.
Tendo o ensinamento de SANKOFA como fio condutor do curso, desejamos acessar o passado para ressignificar o presente tão complexo vivido pelas famílias negras no país que sofrem com altos índices de doenças crônicas não transmissíveis (obesidade, diabetes e hipertensão), e todo contexto de insegurança alimentar e nutricional, na materialização de futuros melhores com soberania e segurança alimentar e nutricional para o nosso povo.
Conheça quem faz esse curso acontecer:
Crioula | Curadoria Alimentar (@crioulacuradoria)
Empresa social fundada e mantida por mulheres negras com o propósito de criar soluções ecológicas nos sistemas alimentares, da produção até o consumo. A Crioula realiza a curadoria e produção de conteúdos, vivências culinárias e laboratórios alimentares que permitam um processo de alfabetização ecológica de pessoas, empresas e organizações a partir de uma concepção sociocultural da alimentação com base ancestral, ecológica e política.
Djanira Instituto de Pesquisa e Ensino (@djanira_instituto)
O Djanira Instituto de Pesquisa e Ensino foi criado com o objetivo de colaborar com a difusão e produção de conhecimentos populares e científicos na interlocução entre Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Ciências Sociais e Teologia. Tem como base sua trajetória acadêmica e ativista no enfrentamento à fome e à mitigação da pobreza. Articulando ensino, pesquisa e extensão para a formação transdisciplinar de pessoas e organizações, o instituto busca contribuir na compreensão das problemáticas sociais abarcadas por violações dos direitos humanos e desigualdades sociais atrelados às dimensões do comer e do nutrir.